terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A cólera


Odeio sentir raiva por tabela. Ainda mais quando é causada pela falta de maturidade de algumas pessoas. Uma coisa é ter que suportar as inseguranças de um adolescente de 12 anos. Outra é ter que lidar com a ignorância causada pela infantilidade de um ser humano com meio século de vida.

Mas acho que o que me deixa mais colérica são os efeitos fisiológicos deste sentimento. A quantidade de adrenalina no sangue beira à overdose e eu, definitivamente, não consigo disfarçar quando estou irritada com alguma coisa. A expressão congela, a voz fica mais acentuada e eu não falo tão devagar quanto costumo falar. O pior de tudo é que a gastrite vem na mesma proporção da minha raiva, dá um chute na porta do estômago e grita “oi!”, mesmo depois de tomar vários copos d’água, colocar uma música para tentar me acalmar.

Não, eu não aturo certas coisas por tabela. Se eu gosto de uma pessoa, eu gosto apenas dela e não necessariamente tenho que simpatizar com o kit completo da qual ela faça parte. E eu não gosto de outras pessoas porque elas fazem parte do pacote. Gosto delas porque gosto e ponto. A minha tabela é formada, apenas, pelas características de uma só pessoa, que por si só forma um todo.

Sempre imagino que temos que passar por certas situações para que possamos evoluir. Mas às vezes questiono se tudo não seria mais simples se existissem naves em que pudéssemos embarcar tudo e todos que gostamos e sumir para um mundo só nosso. Sim, isso seria impossível. Mas ainda questiono que, se temos que evoluir, crescer ou seja lá o que for, à base de provações, que nos tiram tanta energia, será que temos o tempo suficiente para aproveitar essa tal “evolução”? Por mais que tentemos não dar espaço para a raiva, sempre tem algo que toma um filão das nossas vidas para esse sentimento aí. E quando chega essa hora, dá vontade de fazer o que o clipe abaixo sugere: