Foi preciso sete casas,
dois cães, 14 viagens de férias, um carro, uma moto, três bicicletas e inúmeras
brigas para ver que o amor tinha chegado ao fim.
Dilacerados, eles se
perguntavam o que havia restado. Tinha restado a vida cômoda da acomodação no
outro. As facilidades de não ter que desbravar, descobrir, lutar para
conquistar aquilo que se deseja.
Tinha sobrado as
trivialidades da indiferença, das reações pré-moldadas, cheias de pó. Tinha
ficado todas as coisas adquiridas recentemente, mas que já estavam fadadas ao
velho. O tempo tinha consumido tudo. E o tudo que causava a ânsia do querer para si tinha se transformado no
mesmo tudo que repele, que individualiza.
Entre cacos que estavam no
meio do caminho e perfurava a pele dos pés, ficava a pergunta: o que seria
escrito dali em diante se não existia aquilo que um dia os tinha unido? Quais
histórias seriam contadas? Os contos das solicitude dos dias em comum? Dor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário